Benzedeira a Mulher. BENZEDEIRAS E CURANDEIRAS NA VISÃO DE UM ESPÍRITO
Benzedeira a Mulher
As benzeduras, rezas e mantras realizados visando o bem do próximo são, sem dúvida, uma das formas de cura e proteção mais antigas do mundo.
O conjunto desses conhecimentos remonta aos curandeiros antigos, dos rituais xamânicos de todos os Continentes, desde os primórdios da humanidade, há pelo menos 30 mil anos.
Os curadores ou benzedeiras são portadores da faculdade mediúnica curativa.
Com seus movimentos, mesmo sem saber, estão aplicando um passe magnetizador. Assim como no passe magnético, é necessário que haja uma
sintonia entre aquele que transmite energia e aquele que recebe.
A fé que tem o médium no amparo que recebe do alto, bem como a certeza do atendido que será curado, é um fator primordial na promoção da cura.
Ocorre, muitas vezes, que a doença é um bem para o doente.
André Luiz nos mostra um exemplo que ilustra bem esse fato:
havendo desencarnado, a mãe de um jovem prossegue no mundo espiritual sofrendo com a doença do seu filho encarnado, preso ao leito.
De tanto implorar aos espíritos mais esclarecidos o alívio das dores do seu filho, ela recebe a informação de que será atendida.
Tão logo os espíritos realizam a cura, o jovem retoma uma vida perdulária, acabando por voltar ao vício do fumo e do alcoolismo, que havia motivado a sua doença. Com isto, também retorna a doença e o jovem volta ao leito.
A mãe, embora com muito sofrimento, acaba por compreender que a dor e a doença é “o bem do doente”.
Aos médiuns de cura é importante lembrar que toda a honra pertence aos espíritos benfeitores, que trabalham em nome do Cristo, de quem não
passamos de apagados e imperfeitos servidores e que dons que recebemos não nos autorgam evolução automática. São, na verdade, oportunidades de quitar os nossos débitos pretéritos, através da pratica do amor incondicional.
O trabalho do médico, enfermeiro ou profissional da área de saúde, mesmo que ele não creia nisso, só é possível por intercessão divina.
O saber acadêmico é muito importante, mas o reconhecimento de nossas limitações humanas e a humildade de pedir a ajuda do alto são capazes de realizar curas que parecem um milagre para o nosso pouco entendimento.
No momento em que a ciência médica comprovar e aceitar que a vida continua no mundo espiritual e que o fluido vital é a poderosa força intima
que mantém a vida de todas as espécies neste Planeta, então poderá somar forças com a espiritualidade e auxiliar ainda mais os homens promovendo uma vida plena.
Todos nós temos latente o dom da cura. Todo aquele que trabalha pelo bem do próximo recebe ajuda dos benfeitores espirituais.
Toda a oração que vem do coração tem um poder transformador.
O “dom de curar” de que nos fala Paulo de Tarso.
O insigne apóstolo de Jesus, independe do indivíduo que o possui. Só determinadas pessoas têm a faculdade de curar.
Muitos desejariam possuí-la e não conseguem, enquanto outros a possuem bem a contragosto. Ainda mais; é um dom intransferível.
Dizia um curador:”De muitos irmãos que tive, só eu saí curador. Debalde ensinou aos outros meu pai, que também era benzedor”.
É necessário dizer que os benzedores e curadores do interior não são mais que médiuns curadores. as causas que promovem a cura são as mesmas em todos os médiuns dessa espécie.
Os eflúvios magnéticos-mediúnicos emitidos pelo curador, sobretudo das mãos, contribuem de maneira decisiva para os resultados.
Doenças dificilmente curáveis ou mesmo consideradas incuráveis com os recursos da Medicina clássica, cedem rapidamente com os eflúvios ódicos de determinados indivíduos.
As palavras própriamente, as rezas têm naturalmente valor secundário em todos os casos. servem apenas para fixar a atenção e a vontade do curador durante a operação.
Os processos, entretanto, variam de um para outro. cada um tem o seu sistema. Alguns fazem determinada oração em voz baixa e não revelam o segredo das suas palavras a ninguém. Outros não fazem mistério disso e ensinam as suas rezas a quem quiser aprendê-las.
Um detalhe mais ou menos comum a todos é que “rezam” fazendo cruz com a mão aberta sobre a parte afetada, o que corresponde à aplicação do passe mediúnico.
Alguns há que utilizam um ramo de determinado arbusto, na crença de que o mal se transfere para a planta.
No interior contam-se os mais extraordinários feitos dos curadores, o Dr. H. de Irajá, no seu livro “Feitiços e crendices”, refere que em Santa Maria – RS, o Dr. astrogildo teve em sua casa alguém com grave dermatose, a que vulgo chama “cobreiro”.
Como médico, fez tudo que a Medicina recomenda, sem resultados. Vieram os colegas, e nada de melhora. Dizia a criada da casa:
– Se o doutor deixasse, eu trazia um benzedor.
– Qual benzedor, qual nada! Acredito lá nessas asneiras…
– dizia o doutor.
Os remédios sobravam. Era remédio para pingar, remédio para tomar, remédio para passar. Mas o cobreiro aumentava cada dia.
A criada continuava a dizer:
– Se o patrão deixasse, eu trazia o “seu” Pedro, benzedor, e o cobreiro “morria”.
Uma noite o Dr. Astrogildo, já desanimado, depois de examinar a doente com febre alta, gritou para os de casa:
– E porque não experimentam esse tal de benzedor?
No dia seguinte o homem veio e “rezou”.
Quiseram dar-lhe dinheiro. Não quis e saiu rindo. Nessa noite a febre não voltou; na manhã seguinte as bolhas tinham secado, e, dois dias depois, a doente estava boa. Mas o Dr. Astrogildo nunca acreditou em benzeduras.
As façanhas dos benzedores e curadores de vários matizes correm mundo. Os curadores de cobra etc.
– são outras variantes de médiuns curadores. Quem não ouviu falar dos curadores de bicheiras. tão conhecidos nos sertões?
É verdadeiramente extraordinário o efeito magnético-mediúnico de certos curadores. As larvas que se alimentam das carnes caem aos punhados, inanimadas mortas, logo após a “reza” do curador.
Contam-se coisas extraordinárias de curadores de picada de cobra. No crato (Ceará) havia um curador de cobra famoso.
Certa vez um cavalo puro-sangue, propriedade de um abastado chefe local, foi mordido por uma cobra venenosa. Só depois de muita procura, encontraram o curador bebericando com alguns amigos.
– Ainda respira bem o animal?
– Perguntou ele.
– Ainda – responderam-lhe.
– Bem, levem o meu chapéu e ponham sobre ele, que irei daqui a pouco.
O curandeiro, apesar da insistência do dono do animal, demorou ainda duas horas. Quando ele chegou, o animal, com os olhos injetados de sangue, respirava com dificuldade. Dir-se-ia que pouco tempo tinha de vida.
O curandeiro aproximou-se do cavalo, abriu-lhe a boca murmurou algumas palavras e deu-lhe uma cusparada no fundo da garganta.
Tirou o chapéu que estava sobre o animal, deu-lhe um ponta-pé na barriga, e disse: levanta-te bruto!
O animal levantou-se quase de um salto.
– Dêem-lhe água e deixem-nno descansar hoje. Amanhã já pode ser montado!
Os estudiosos de Psiquismo sabem o que significa a providência inicial do curador, mandando colocar em cima do animal o próprio chapéu.
eles sabem, por experiência própria, que os objetos de uso pessoal do curador acumulam fluidos altamente curadores, e no caso acima o chapéu serviu de neutralizador do veneno ofídico.
Para bem compreendermos tais fatos teremos de nos valer dos estudos do barão de Reichenbach, do Coronel de Rochas, Durville, Luys, Baraduc e
tanto outros que se ocuparam das radiações e dos eflúvios magnético-mediúnicos, que, sem dúvida, serão um campo vastíssimo de observações da medicina espiritualista.